quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ah, o amor!

Hoje eu tô com vontade de falar de amor. Não sei se é porque estou próximo aos dias vermelhos (piro no melô da vaca menstruada até hoje!), mas a verdade é que meus últimos dias têm sido, digamos, sentimentais. Isso é estranho vindo de mim, uma vez que me considero um tanto fria demais pros padrões brasileiros, e isso inclui uma certa aversão a beijos e abraços (comum a mim e ao meu pai, o que minha mãe odeia). Hum, mas estou resolvendo isso.


Quero falar de amooooor! A gente começou a clínica pra valer essa semana e calhou que hoje de manhã fui pra um hospital infantil ter aula de cirurgia (teoricamente). Com o contato com pacientes, o amor super aflorou em mim. Aflorou até instinto materno, coisa que eu nunca havia sentido na vida! É isso que move os médicos, minha gente: AMOR! Só vai saber o que isso realmente significa quem tiver o privilégio de ser escolhido pra seguir essa profissão sofrida, mas linda, rica, EXUBERANTE. Eu tenho certeza que fui escolhida pra ela desde que eu nasci, mas eu nunca havia tido a coragem de me dar a oportunidade de tentar segui-la. Hoje em dia, a 4 anos do fim, essa certeza é mais forte ainda. Eu sinto verdadeiro amor pelo que eu faço, por mais que às vezes eu leve patada de professora e por mais que eu SEMPRE seja reprovada em prova de seleção de liga. Aff... isso me magoa. Mas mesmo aí existe o amor. Se eu não amasse isso tudo, eu já teria desistido. Já teria aberto mão de estacionar meu carrinho naquele favelal do Hospital Geral, de sentir catinga de cocô de gato nos jardins da faculdade e de aturar professor mal humorado e que simplesmente se lixa pra faculdade. E agora rumores de greve de novo. Tomara que meu pai não leia isso!

Ah, mas o amor... senti fortemente o amor perto de mim hoje de manhã. Aliás, acho que nunca fui tão bombardeada por rajadas de amor como hoje. Leia-se mães cheias de amor segurando no colo seus filhinhos de lábios fissurados sendo atendidos por uma equipe multidisciplinar igualmente cheia de amor, pra que os pequenos possam passar por cirurgias, atendimento odontológico e fonoaudiológico etc e que possam vir a ser "normais", entre aspas mesmo, uma vez que o conceito de normal é bem relativo. É, há um certo preconceito para com os bebês que nascem com lábio leporino. Até as mães, segundo o professor disse lá, acham seus filhotes feios quando do nascimento.

Mas ali, hoje, eu só vi beleza. E vi amor. Vi amor no meu professor, um cirurgião plástico que atendia cada criancinha com todo o carinho de que ele podia dispor, tirava nossas dúvidas, nos explicava todos os pormenores da deformidade e mostrava até um livro enorme de cirurgia com desenhos das técnicas de correção; vi amor na fonoaudióloga que nos recebeu, falando toda empolgada do projeto de apoio aos fissurados, os olhos brilhando; vi amor no meu coleguinha, que foi forçado a segurar um bebê de 5 meses fissurado e sorridente mesmo sem ter o menor jeito pra isso; e vi um amor absurdo em mim, pois me apaixonei por cada criança que passou pelo nosso consultório improvisado hoje de manhã. Nem de pirralho eu gosto, meu povo. Mas hoje... hoje fez plim plim! Fiquei doida pra fazer pediatria. Sim, eu na pediatra. Parece mentira.

Aquelas mãezinhas... sério: eu só vou entender o que elas sentem quando eu for mãe. Minha mãe sempre diz que é algo incomensurável, inexplicável. Ela diz que marido pode ir embora, amigo pode deixar de ser amigo. Mas filho, filho nunca vai deixar de ser filho. Lindo, né? Lá no hospital, uma mãe tinha vindo de Icó com o neném. A outra, de Salitre (onde ser isso?!). Uma outra, de mais perto: Aquiraz. E todas com uma vontade enorme de ver seus filhos abrindo um sorriso perfeito, mostrando os dentinhos, falando todos os fonemas.

E ontem, na clínica de endócrino, eu também vi (e senti) amor, embora não tão forte quanto hoje. Entrou um paciente senhorzinho que me lembrou muito meu pai. Fisicamente não tinha nada a ver. Aliás, não parecia em nada. Mas achei de enxergar o tal senhor de uns 55 anos, barbado, como meu pai (que só tem 51 e não usa barba). E ele lá, mostrando as manchinhas na perna, manchas de sol mesmo, a um bando de aluno tão leigo quanto ele, e dizendo que "não é ceroto, tá limpo". Dizendo que a própria mulher havia cortado suas unhas dos pés pra que ele fosse ao médico, que odiava o próprio nome e que havia colocado um nome lindo e original na filha: "Valeska Stephanie", pra meio que se livrar do peso de carregar um Raimundo nas costas. E, depois, ele disse que precisou fazer um exame que não era oferecido pela rede pública (aliás, que rede pública insolente!) e precisaria pagar por ele 360,00 reais. E completou: "doutora, 360 reais eu ganho num mês". Ah, meu Brasil. Como seria duro ter de escutar meu papi dizer isso!

Eu acho que, se a gente projetasse quem a gente ama nos nossos pacientes, a medicina seria revolucionada. Nada é mais forte que o amor. Nada mesmo. E pode me achar abestada. Admito q tô sentimental demais esses dias.

Agora tá na hora de amar o agachamento a fundo!
Tô indo malhar =)

sábado, 24 de abril de 2010

Xampu e barrinha

Eu sou doida por farmácia. Se eu ficar mais de 10 minutos dentro de uma, eu saio totalmente desprovida de dinheiro da loja. Compro tudo que eu vejo pela frente. E não sei se todo mundo sabe, mas farmácia nos EUA é um supermercado, mas só com a parte boa deles. Eu piro na batatinha! Os supermercados de lá têm mais ou menos o mesmo estilo, mas são enormes e vendem de um tudo, inclusive remédio (a exemplo do Wal Mart). E eis que aqui agora inauguraram um supermercado do tipo: o tal do Sam's Club.


(compritchas básicas: xampu de 1 litro a 17,90 e barrinhas de banana e cereal a menos de 1,50 cada uma)

Menina, em pleno sábado de tarde, saindo do salão de beleza, pensei: "quer saber? Vou-me já conhecer esse dito cujo". E fui. Eu já tinha feito o cartãozinho de lá há meses (só pode comprar lá com esse cartão e ele dá inclusive desconto em lavanderia, padaria, salão de beleza etc etc... eu acho que vale a pena!), mas eu nunca tinha ido pegá-lo. Aproveitei logo hoje pra fazer tudo isso. E pense num troço enorme e BARATO PRA CARAMBA! Sinceramente, eu só não comprei mais porque não havia pegado um bendito carrinho (e aí carreguei 2 litros de xampu e outros trecos nas mãos o tempo todo) e lá eles simplesmente não aceitam cartão de crédito, só de débito (e dinheiro, claro). Só descobri isso no caixa, com os braços cheios de buginganga, e juro que passou pela minha cabeça que eu fosse lavar os pratos ou os banheiros do local por ininterruptas cinco horas. Mas ainda bem que eu tinha plata suficiente! Aleluia!

Pois bem, como eu falei, os preços são MARA. Mas tipo, tem que comprar mais de dois itens, e ainda tem item que vem em uma embalagem enorme (como meu Pantene da foto. Coloquei a caneta só pra se ter uma ideia do tamanho da belezura). E o sortimento não é assim uma Brastemp.

E eu também comprei essas caixonas de barrinhas de banana e cereal, com 24 unidades cada uma. Pra mim, consumidora assídua, foi A compra. Tinha até aqueles xampus Johnson's de bebê, dos amarelinhos, em embalagem de 1 litro. Super econômico. So United States of America! Me senti passeando no Wal Mart de Orlando. Faltaram só os potes infinitos de todos os tipos de vitaminas que eles vendem por lá, tipo a vitamina C mastigável. Nem vou mentir que eu adoro.

Pois é. Agora que eu fiz a propaganda, vou pedir minha comissão. Bem que eu mereço, né?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Rapidinha

Postando nas carreiras!

Hoje é aniversário de mamis! Cinquenta aninhos a véa tá fazendo. Vai ficando véa e vai ficando mais doida ainda. Espalhou pra todo mundo que ia ter dia de emo, que ia ficar na praia mofando, e já tá aqui do meu lado planejando n programas pra essa noite. Vá entender as mães!

Acabei de chegar da academia. Tô fedendo a macaco morto a tapa! Sim, eu malho na sexta-feira. Aliás, já malhei até meio-dia. Tudo pelo corpinho! (quem vê até pensa que a pessoa que vos fala tem um corpitcho esculpido a agachamentos e Durateston à la Gracyanne Barbosa) As pessoas precisam se conscientizar, sério mesmo, que atividade física é ESSENCIAL. Negócio de preguiça! A moda é remexer o esqueleto!

Ontem meu irmão se operou. Lá foi a abestada assistir à cirurgia. É sempre assim: passou no vestibular pra medicina, batata, já é médico. Assiste a cirurgia até do papagaio, se deixarem. É válido, lógico. Mas ontem foi cansativo pra caramba. O cirurgião marcou pras 8 e a gente esperou até as 2 da tarde. Dentro do quarto do hospital. Mofando. Endoidando. Lendo até bula de remédio. Mas ainda bem que deu tudo certo. Viva a medicina, de novo!

E vou indo, que ainda vou arranjar tempo de studiare l'italiano pra prova de amanhã e jantar com mamis.

Arrivederci!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Ou là là!

Paris, Paris! Foi amor à primeira vista!


(minha turma do curso de francês e eu, num passeio pelo bairro de Montmarttre, no dia do meu aniversário, em 2008)

Todo mundo sabe que eu AMO essa cidade! Não tem uma só vez que um ser humano chega pra mim dizendo que vai a Paris e eu não mande pra ele um super ultra power roteiro que eu fiz quando cheguei de lá da última vez. Antes de entrar na faculdade, passei dois meses na França, dos quais 4 semanas em Paris, estudando língua e cultura francesas. Parfait! Já havia estado lá no Natal de 2006, mas com a minha família.

Passeando pelo Viver Paris (piro nesse blog!), achei lá um link MUITO legal. É como se você estivesse num certo ponto da cidade dos apaixonados e você olhasse à sua volta e visse a cidade inteira, com direito a zoom e explicação dos pontos turísticos mais interessantes. Imperdível! Tô aqui me afogando na minha própria baba. Só posso ter nascido francesa na encarnação anterior...

Por quê não arranjo uma melhor amiga francesa, rica e desapegada??

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Produtinhos

Eu AMO maquiagem. Sempre gostei muito, mas passei a amar mesmo depois de conhecer (mesmo que virtualmente) a Michelle Phan, a Camila e a Vic. Aliás, apesar de na maioria das vezes não ser nada romântica (que bem o diga meu namorado, que veio dizer que eu daria um cotoco pra ele se ele me pedisse em casamento), eu gosto muito de coisa de mulherzinha, como maquiagem e produtinhos. Ai, produtinhos: sabonete, creme, óleo... e, de preferência, de fruta. Natura e O Boticário, tremei. Tenho vontade de espremer os tubos na boca e comer tudo, me lambuzar mesmo. Quer me fazer feliz? Me dá um pote de hidratante de fruta. No meu banheiro, no momento, eu tenho de amora, maracujá, erva doce, morango com chocolate, pêra e baunilha. Minha irmã me chama de MARIA CREME. Ô menina véa sebosa... nada a ver!

E como tenho verdadeira TARA pela linha de maracujá da Natura, resolvi experimentar o lançamento: sabonete em pasta do mesmo sabor (sabor ou cheiro?). Chegou hoje! Êba! CLARO que eu corri pro banheiro pra testar. Vamos avaliar? Hum... agora vou virar crítica de produtinhos. O blog é meu, faço o que eu quiser, viu? Vamos lá: o cheiro não é tão bom quanto o do hidratante; precisa ser aplicado com uma esponjinha vegetal, que vem com ele, então meio que esfolia a pele mesmo que você não queira; não faz tanta espuma (ai, eu amo espuma!); a pele fica suuuper macia no final, e bem cheirosa. Ainda prefiro o sabonete líquido, mas se é de variar, usemos o de pasta com sua esponjinha. Melhor do que caco de telha pra tirar o ceroto! Haha =)

E, falando sobre make up, essa semana eu comprei duas maravilhas: a máscara DOLL EYE ("olho de boneca") da NYX e o batom da linha Secrets do Boticário na cor Romance. Meu povo, que belezuras!


(fiquei com preguiça de procurar o produto no site, tá aí a fotinha que eu bati agorinha dele)

O rímel deixou meus cílios liiindos, pareciam de boneca mesmo. Sou meio traumatizada com cílios, porque os meus são poucos e curtinhos. Tenho até uns postiços aqui, que eu aprendi a usar com a minha best Tiffany, mas eu só apelo pra esses em casamentos mesmo. Parêntese: preciso fazer um post sobre casamento!!! Tá TODO MUNDO casando!!! Fecha parêntese. Bem, e o batom... um rosinha liiiindo, gostoso, cheiroso, daqueles que dá vontade de ficar passando de cinco em cinco minutos que nem o batom vermelho da nossa mãe quando a gente tinha 4 anos!

Aniversário em junho, viu? Ficadica. =)

Batizado e brigadeiro

Agora, oficialmente, eu sou madrinha de um pimpolho fofíssimo, mas que chora toda vida que eu o ponho no braço. Ainda preciso de mais intimidade com a fofura. A cerimônia de batismo foi domingo último e eu confesso que foi bem interessante, até porque eu nunca havia participado de uma, pelo menos não depois dos meus seis anos de idade. E como eu havia passado um final de semana quase todo assistindo a um curso de batismo, eu já sabia do significado de muita coisa da cerimônia. Pena que o bambino chorou copiosamente. Dava dó!

E, depois, festinha de aniversário dele. Ai, foi bom demais! Nunca comi tanto brigadeiro na vida, e na tacinha! Ganhei lembrancinha (é o novo), bebi chopp gelado e botei o papo em dia. E pensei: "ai, posso beber, estou de FÉRIAS"! Pra pouco depois me tocar que hoje às 7 e meia em ponto as aulas começariam, o que de fato aconteceu. Aula de diabetes mellitus, professor conceituadíssimo (apesar de dizer "preveu" no lugar de "previu", mas é besteira). Muito massa. Saí de lá doida pra me agarrar com o Vilar (o livro de endocrino, minha gente!). Agora começou a clínica. Começou a medicina de fato. Vamos ver no quê isso vai dar.

Já quero festinha de um ano de novo!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Fiz a endoscopia!

Medicina... ah, a medicina! A medicina nos proporciona maravilhas, tais quais a maravilha de ser sedada com midazolam (vulgo Dormonid) e depois ter um tubo enfiado goela abaixo. Poisé, a minha esperada endoscopia digestiva foi ontem. À exceção do detalhe que eu e mamis chegamos lá às 8 horas, já que eu havia marcado pras 8 e meia mas a atendente me ligou pedindo pra eu ir meia hora mais cedo, e fomos recebidas às 9 e meia, correu tudo muito bem. O engraçado é que, pra mim, durou 5 minutos. Minha mãe disse que foram uns vinte. Nem lembro da minha pobre mãe na sala de exame. Droguinha boa! Só lembro que me babei, e muito. Lembro do meu braço arder. Quando saí da clínica, havia uma mancha enorme na região que foi puncionada. Alguma coisa teve. Mas eu tava tão feliz de não ter um carcinoma, que uma ronxa no braço era fichinha!


Eis o laudo: hérnia de hiato por deslizamento. Algo como a junção esôfago-estômago não estar no lugar certo, e como essa junção é tipo uma válvula, que não deixa alimento voltar à boca (é inclusive por isso que podemos comer até de cabeça pra baixo e a comida não volta), há um pouco de refluxo.


Preciso reconhecer humildemente que, das fotos, NÃO ENTENDI NADA. Dei até uma olhadela no livro de anatomia, mas não adiantou necas. A primeira foto até parece ser de um esôfago, mas digo logo que não tenho a mínima certeza disso. Aliás, de poucas coisas eu tenho certeza. Cada dia tenho menos certeza de tudo. A gente vai ficando velho e vai mudando o modo de enxergar tanta coisa, que quando eu chegar nos 40 anos devo ser uma pessoa totalmente diferente do que eu era com 15. Haja terapia!

Eu já disse que eu amo o que eu faço?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Gastro, oftalmo e aparelho de audição

De férias ainda. Tô aproveitando pra ir a tudo quanto é tipo de médico, pra quando começarem as aulas eu estar de bem com a Lua, com o Sol, com as estrelas e com a ponte que caiu. Só ontem eu fui à gastro e ao oftalmologista.

Engraçado que, no consultório da primeira, foi uma folia. Amo pessoas bem humoradas (caso dela, aleluia). E eu, muito agoniada, queria falar tudo que tava sentindo no espaço de 60 segundos, totalmente impossível. Vomitei as palavras em cima da mulher. Falei logo que fazia medicina e que sentia toda a sintomatologia de cada doença que eu estudava na faculdade. Ela mandou logo eu deixar de ser ansiosa (bem facinho). E depois me disse algo que eu detesto ouvir: "Já pensou, você na emergência"? Tão chato de ouvir quanto: "Aff, tu vai agoniar teu paciente". Cá entre nós, não precisa falar devagar e baixinho pra salvar a vida de uma pessoa. E aí ela palpou meu abdome como eu cansei de palpar na semiologia (mandou até eu inspirar e palpou a minha borda hepática; só não fez a manobra de ShuSSSter). É legal demais saber o que o médico está fazendo com você. Isto é, é legal quando o que você tem não é nada de mais, o que não é meu caso. Queixa principal: passo muito mal sempre que eu bebo. Mas quinta-feira tem a endoscopia, vamos deixar o veredito pra mais tarde.

E, no oftalmo, outra folia. Conheço todo mundo da clínica, o cara cuida dos meus olhinhos desde meus 15, 16 anos (não que faça muito tempo, né?). Ele tem uma foto com o Papa João Paulo II pendurada na parede, caramba! É o cara! Lá, todas as atendentes perguntam pela minha mãe. Eu lá sei da minha mãe. Peguei a receita dos meus óculos novos (1 grau de astigmatismo a menos: YES!!) e recebi minhas lentes novinhas em folha. Agora tô enxergando tudo! Fui encomendar logo meus oclinhos cor de rosa. Vou ficar uma doutora! Adooooro!

Ah, e uma nouvelle: RECEBI MEU APARELHO DE AUDIÇÃO MEGA POWER SUPER EFICIENTE! Só faz uns 5 dias que eu o estou usando, e basicamente durante algumas horas por dia, então ainda preciso me adaptar a ele. É difícil. Achei que fosse só colocar no ouvido e sair ouvindo até a mais discreta das fofocas, mas nada. Antes que todo mundo ache que é daquele tipo enorme que só velhinho usa, adianto que é um miudinho que fica dentro do ouvido. Só aparece um tiquinho de nada dele. Ainda bem!


(taí a foto do esquerdo na caixinha. Segundo meu beibe, parece uma piroquinha pequenininha... haha)

Agora dá licença, que vou me retirar aos meus aposentos pra fazer exame de sangue amanhã cedinho. Só por curiosidade: TSH, T4 e enzimas hepáticas, que eu não consegui decifrar quais, a pedido da gastro.

À plus!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nostalgia

Semana Santa se foi! Canoa Quebrada foi ótimo: ótimas companhias, ótimo clima e ótima comida. Aliás, poucas vezes em comi tão bem quanto no Cabana. Ruana, vc se garantiu, minha filha!

Agora, falando sério: que saudade eu senti hoje do dia da minha matrícula na faculdade! Um monte de bichinhos e bichetes pintados de tinta guache, melecados de maisena com confete até a alma, alguns até com cabelo de outro bicho recém depilado pregado na cabeça fazendo um topetinho... todos a caminho da lagoa, com aquelas carinhas desesperadas que traduziam o medo mais mortal dos protozoários existentes naquele ecossistema (ai, adoro aula de biologia!). E nenhum deles reclamava de nada. Tem coisa mais linda?! Ô nostalgia!



Lembrei MUITO do meu dia. Aliás, fez 2 anos domingo (de Páscoa: ressurreição!), dia em que solenemente fui à missa em agradecimento por essa coisa linda que é a medicina na minha vida. Sentei sozinha lá atrás, me achando um peixe fora d'água, uma matuta de galocha, porque eu NUNCA vou à missa totalmente sozinha. Tá, eu sei que é besteira. Mas eu me acostumei a ir com alguém do meu lado, preciso me desacostumar ainda.

Um dia desses, tava eu aqui, recém formada em odonto, na mesa do jantar: "Pai, deixa eu voltar pro cursinho? Quero fazer medicina". Cá entre nós, eu lembro disso e dá vontade de chorar. Mas sou forte, sou loira (GRANDE COISA!), não vou chorar escrevendo em pleno blog não. A cara da pobreza! Pois bem, eu pedi e ele balançou a cabeça. A empolgação personificada sentada na mesa de jantar comendo cozido com arroz. O pobre, ele não gosta muito de falar não. Deixa ele. Aí foi: no dia seguinte, tava a Belzinha na porta do cursinho. A parte chata é que eu pedi pro coordenador pra ir pra turma olímpica e ele disse que eu "não iria acompanhar". Ah, tá. De burra, ele me chamando? Imagiiina!

Lá fui eu pra turma "normal". Ô povo bagunceiro! Mas eu sim, eu queria ovo. Acho que eu e mais umas 4 queríamos, da turma de cinquenta. Básico. No final do ano, bomba. Ano seguinte: turma olímpica. Final do ano: bomba. 25 posições pra entrar na federal. Ano seguinte: turma olímpica DE GRAÇA. Final do ano: bomba na federal e classificáveis na estadual. E aí matrícula de classificáveis, que é toda aquela marmota que eu conheço bem. Um dos dias mais felizes da minha vida. E eu, que achava que ia terminar na particular, saí do Itaperi toda manchada de tinta, maisena e confete e fui cancelar minha matrícula na outra faculdade. A secretária me olhou com cara de abuso. Mas ali, naquele dia, até a Xuxa poderia olhar pra mim com cara de abuso. Eu estaria peidando (com o perdão da palavra) pra ela. Naquele momento, começaram os primeiros dias do resto da minha vida. Não ia haver abuso que mudasse aquilo.

E eu espero, do fundo do meu coração, que nenhum professor mal amado, nenhuma entrevista de monitoria sem sucesso e nenhum parente de acidentado mal humorado me faça algum dia deixar de amar aquilo que eu escolhi pra mim. JAMAIS!