terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Internet e Mal de Hansen

É impressionante. Tenho mil coisas pra resolver e cinco mil páginas pra estudar. Desmarco todos os compromissos, falto academia, declino tudo que é tipo de convite pra ir pra casa me agarrar com o livro, e taí: dou um "Senta lá, Claudia" pro coitado e passo horas na internet. Não tem jeito, é meu vício. Principalmente agora, que meu computador do tempo que vovó surfava foi trocado por um laptop lindo HP de 14 polegadas, e melhor: fica comigo dentro do meu quarto, olhando pra mim, me pedindo massagem. Não dá pra resistir, dá?

Eu sei, eu realmente sei que, como estudante de medicina, preciso saber de tudo e mais um pouco. Mas, antes de ser médica, eu sou filha de Deus, né? E, como tal, tenho lá minhas horas de preguiça. Aliás, odeio essa palavra. Vou corrigir: tenho lá minhas horas de necessidade aguda de espairecimento. Meus olhos pedem por blogs de beleza, sites de fofoca, MSN, Outlook Express... pedem nada, CLAMAM! Checar meus emails, definitivamente, me faz ser uma pessoa melhor. Salvo quando é email de professor, claro.

E já que falei das agruras de ser acadêmica de medicina, vou confessar: tem horas que me acho a pior futura médica do mundo. Tá, do mundo não. Mas da UECE todinha! Me dá uma dor, um desespero quando eu chego na aula e tá aquele professor falando sem parar, ainda no décimo slide de uma apresentação de 150, vomitando sinal clínico e diagnóstico diferencial de doença em cima da gente, fazendo terrorismo com a prova, insinuando que, por mais que estudemos, vamos tirar zero redondo e pronto. Isso é vida? Isso é aprender? E quando a gente acorda 10 pras 7, se ajeita, veste jaleco, pendura esteto no pescoço, dirige 40 minutos, chega no hospital às 8 e 15, espera pelo professor até as 9 e ele diz: "vão lá, conversem com o paciente e colham a história clínica dele"? Pronto. É a aula. Aula dada. É ir ao leito e perguntar: "senhor, o que o trouxe ao hospital"? É só em faculdade pública ou também tem nas particulares, hein?

A minha sorte (ou falta dela) é que eu realmente gosto de clínica. Aliás, até ontem eu queria fazer dermatologia. Pra quê costurar testa de bêbado se você pode viver de aplicar Botox, fazer preenchimento, usar laser pra tirar mancha de acne e passar pomadinha pros pacientes? Mas aí, hoje eu mudei: quero clínica. Alguma clínica por aí, de endócrino a oncologia. Poder palpar fígado, percutir baço, auscultar pulmão, isso tudo é muito bom, e um dermatologista não faz isso, pelo menos não nas CNTP (pra quem não gostava de química, são as condições normais de temperatura e pressão, lembra? ADORO falar das CNTP). Tenho um certo prazer em examinar paciente. Juro que não entendo esse meu lado. Saí hoje do Cesar Cals morta de feliz porque tinha percutido o Traube livre do doente. Pois foi.

Pra completar, virei fã da Katy Perry hoje. Me apaixonei pela letra de "Firework". Não consigo parar de ouvir. De fato, hoje não é dia de estudar! Mal de Hansen, você fica pra amanhã, colega.

"Baby, you're a firework..."

Um comentário:

Érika Aragão disse...

hahahaha ei obrigada por notar o erro. Digitei errado sem querer e nem percebi. :P