segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Chupa, HGF!

Bora, menino! Vamo botar esse blog pra andar! Fá-lo-ei por dois motivos principais: carência de escrita desopilante mode on e vontade de gritar pro mundo que agora EU SOU INTERNA DO HGCC! Grande coisa, ó! No meio médico, sabemos que interno = cachorro. Ah, mas tudo bem. Cachorrinhos têm seu valor. E, além do mais, engrossar o couro faz parte do caminho pra ser gente um dia. Ou não!

Aaaah, hoje foi mara! Tirando o fato de eu ter acordado às 5:40 e chegado ao hospital às 6:45 por ter sido avisada na véspera que haveria uma reunião introdutória com os novos internos e na realidade a reunião começar depois das oito horas e o simples e mísero fato que eu prescrevi dipirona pra uma paciente alérgica ao medicamento, ou seja, quase matei a cidadã, foi tudo ótimo. Tive a sorte de encontrar internos muito gente boa pela frente, essas pessoas alegres, sensatas, pacientes, loooucas para ensinar novatos ávidos por conhecimento (ou simples alunos de medicina se fazendo de bonzinhos quando, na verdade, estão loucos para que eu cubra os plantões de sábado à noite deles) e também pude constatar que meu residente é, para alegria da ala feminina cesarcalense, um colírio para os olhos, com todo respeito à referida pessoa. Tá, paro por aqui. Sem pornografia no blog, um dos meus lemas. Vale ressaltar que um dos internos que me ajudou hoje foi um os dos que gastaram a sola do sapato dançando forró comigo no OREM Campina Grande esse ano. Esse mundo que dá voltas...

De manhã nós fizemos um tour básico pelo hospital, não sem antes saborearmos um lanche pra matar Dona Balu de inveja (chupa, internato HGF!!). Fui conhecer meus companheiros internos da cirurgia, com os quais vou conviver provavelmente por quatro longos meses diariamente. De cara, fiquei sabendo dos meus agradáveis plantões aos sábados de manhã e sextas à noite. Kibom. E a chefe dos internos ainda rebate: "é bom, o plantão aqui é tão calmo que você dorme é cedo". Oi? Sexta-feira à noite ninguém dorme cedo, filha. Com Isabelinha não seria diferente. Depois do baque, foi-nos oferecido outro banquete. Peixe à milanesa, tá, HGF? Aí, só pra fechar, fomos curtir a preguiça pós-almoço aprendendo a admitir (botar o paciente pra dentro do hospital oficialmente) e a prescrever (botar num papel organizada e detalhadamente todas as medicações diárias que o paciente precisa tomar, do paracetamol ao soro, passando pelo tipo de dieta que ele vai receber). Nada mais relaxante, hein? Foi aí que entrou a emoção de prescrever a dipirona pra alérgica. Só pra dar uma acordada básica!

E assim foi meu I1, D1. Entre fotos nos corredores do hospital, residentes bonitos, internos dançarinos e pacientes alérgicas, perdi minha virgindade de internato.

Que seja eterno enquanto dure!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Internato, seu lindo!

Mal estou podendo acreditar que 3 anos e meio de faculdade se passaram e cá estou eu, à beira do primeiro dia de internato. Os posts no Facebook do pessoal da minha sala só fazem menção a esse assunto, e normalmente o próprio vem acompanhado da palavra MEDO. Confesso, já senti muito medo do internato. Hoje mesmo minha prima me perguntou: "tu não tem medo de matar ninguém não"? E o mais engraçado é que isso é uma coisa em que já pensei muito no decorrer da minha vida acadêmica, mas mesmo assim eu não sabia o quê responder. Por mais que realmente haja a possibilidade de se de matar alguém, que de certo modo nunca tantos pacientes dependeram tanto da gente como dependerão nessa nova fase da faculdade de medicina, eu estou maravilhosamente empolgada com a chegada dela. Não, eu não estou com medo! Acredite se quiser!


(estudando ossinhos na sala de anatomia, no primeiro semestre, há bons 3 anos e tanto)

Dentre as duas opções de hospital que nós, estudantes da UECE, tínhamos para escolher cursar o famigerado internato, havia a perto e a longe. O hospital enorme e o mixuruca. O da unidade de AVC moderninha e o que era maternidade antes e foi reformado aos trancos e barrancos pra ser hospital. E adivinha qual eu escolhi? O do centro da cidade, mais precisamente em frente ao Beco da Poeira (que ótima referência!), o pequenininho, o que é referência em obstetrícia mas tem um centro cirúrgico minúsculo. Ele mesmo, que por sinal é mais conhecido no meio acadêmico pela carinhosa alcunha de Senzala. Sim, eu ESCOLHI isso, junto com uma minoria da minha turma. O motivo, só Deus sabe. O que eu sei é que, lá, meu coração bate muito mais forte do que em qualquer outro hospital. Vou ter que acordar todo dia às 6, vou trabalhar feito burro de carga, e diga-se de passagem sem receber NADA em dinheiro por isso, vou gastar algumas dezenas de reais por mês de estacionamento por lá. Mas sabe aquela sensação de "passei no vestibular, minha vida começa agora"? Taí. Estou sentindo quase isso. Cheguei até aqui, então eu agora vou pelo caminho mais árduo, no entanto mais educativo. Sim, é hora de engrossar o couro!

E, junto, com o internato, vem as aulas do Medcurso, toda quarta-feira, pra me lembrar que, em dois anos, estarei eu junto com mais centenas de coleguinhas de todas as faculdades de medicina do Ceará e quem sabe até de fora do estado, fazendo prova de residência médica. Outro vestibular, pode acreditar. Isso tudo mostra que, mais do que nunca, está chegando a hora de ser adulta. Agora é a hora de dizer: ou vai, ou racha. E a minha escolha é: VAI!

Internato, pode chegar com tudo, seu lindo!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Internet e Mal de Hansen

É impressionante. Tenho mil coisas pra resolver e cinco mil páginas pra estudar. Desmarco todos os compromissos, falto academia, declino tudo que é tipo de convite pra ir pra casa me agarrar com o livro, e taí: dou um "Senta lá, Claudia" pro coitado e passo horas na internet. Não tem jeito, é meu vício. Principalmente agora, que meu computador do tempo que vovó surfava foi trocado por um laptop lindo HP de 14 polegadas, e melhor: fica comigo dentro do meu quarto, olhando pra mim, me pedindo massagem. Não dá pra resistir, dá?

Eu sei, eu realmente sei que, como estudante de medicina, preciso saber de tudo e mais um pouco. Mas, antes de ser médica, eu sou filha de Deus, né? E, como tal, tenho lá minhas horas de preguiça. Aliás, odeio essa palavra. Vou corrigir: tenho lá minhas horas de necessidade aguda de espairecimento. Meus olhos pedem por blogs de beleza, sites de fofoca, MSN, Outlook Express... pedem nada, CLAMAM! Checar meus emails, definitivamente, me faz ser uma pessoa melhor. Salvo quando é email de professor, claro.

E já que falei das agruras de ser acadêmica de medicina, vou confessar: tem horas que me acho a pior futura médica do mundo. Tá, do mundo não. Mas da UECE todinha! Me dá uma dor, um desespero quando eu chego na aula e tá aquele professor falando sem parar, ainda no décimo slide de uma apresentação de 150, vomitando sinal clínico e diagnóstico diferencial de doença em cima da gente, fazendo terrorismo com a prova, insinuando que, por mais que estudemos, vamos tirar zero redondo e pronto. Isso é vida? Isso é aprender? E quando a gente acorda 10 pras 7, se ajeita, veste jaleco, pendura esteto no pescoço, dirige 40 minutos, chega no hospital às 8 e 15, espera pelo professor até as 9 e ele diz: "vão lá, conversem com o paciente e colham a história clínica dele"? Pronto. É a aula. Aula dada. É ir ao leito e perguntar: "senhor, o que o trouxe ao hospital"? É só em faculdade pública ou também tem nas particulares, hein?

A minha sorte (ou falta dela) é que eu realmente gosto de clínica. Aliás, até ontem eu queria fazer dermatologia. Pra quê costurar testa de bêbado se você pode viver de aplicar Botox, fazer preenchimento, usar laser pra tirar mancha de acne e passar pomadinha pros pacientes? Mas aí, hoje eu mudei: quero clínica. Alguma clínica por aí, de endócrino a oncologia. Poder palpar fígado, percutir baço, auscultar pulmão, isso tudo é muito bom, e um dermatologista não faz isso, pelo menos não nas CNTP (pra quem não gostava de química, são as condições normais de temperatura e pressão, lembra? ADORO falar das CNTP). Tenho um certo prazer em examinar paciente. Juro que não entendo esse meu lado. Saí hoje do Cesar Cals morta de feliz porque tinha percutido o Traube livre do doente. Pois foi.

Pra completar, virei fã da Katy Perry hoje. Me apaixonei pela letra de "Firework". Não consigo parar de ouvir. De fato, hoje não é dia de estudar! Mal de Hansen, você fica pra amanhã, colega.

"Baby, you're a firework..."

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Meus blogs de moda e eu

Preciso confessar que, em alguns momentos, eu sou fútil. Na verdade, não sei onde fica a diferença entre futilidade e vaidade. Mas o que ocorre é que, praticamente de um dia pro outro, virei fashion addicted de primeira linha. Meu povo, eu nunca gostei de moda na vida! Aos 11, 12 anos, ia a festinhas de aniversário de jeans, T-shirt e tênis, o que levou minha mãe a pensar que eu era "sapatão" (fato que ela me confessou dia desses, do alto da sua inocência). Tinha cabelo "Chitãozinho e Xororó", roía unha, usava óculos redondinhos... e agora tô aqui. Meu nome é moda e meu sobrenome é vaidade. Nome do meio: frescura. Sei o que é isso não. Quem disse que as pessoas nunca mudam, hein? Eu, Belzinha, mudei da água pro espumante.

E boa parte disso é culpa dos blogs de moda. Claro que eu fui mudando aos pouquinhos. Mudei de cabeleireiro, depois me abstive de comer as unhas e, no final, comprei meu primeiro par de lentes de contato. Aos 15 anos, digamos que eu estava "menos sapatão". Eu ouvia cantadas! NOSSA! Aí precisei usar aparelho nos dentes e logo depois passei 2 meses nos EUA e lá engordei 10 kg. Sapatonismo voltou à minha vida. Nenhuma roupa cabia. Tratei de mudar isso e comecei atividade física e derivados. Virei mulherzinha de novo. E aí, fui me tornando mais, e mais, e mais mulherzinha a cada ano que se passava. Mas, mais ou menos um ano atrás, uma menina da minha sala chegou pra mim sugerindo o Garotas Estúpidas. Eu, inocentemente, fui ver qual era. E digamos que me tornei a mais viciada em blogs de beleza da face da Terra. Cheguei ao ponto de ir a um evento de moda onde a dona desse blog ia estar só pra bater uma foto com ela. E isso foi um pulo pra outros blogs de moda, pra blogs de maquiagem e até pra blogs de fofoca. E outro pulo pra vagabundagem. Não que eu tenha perdido o gosto pelo estudo, mas que dá mais preguiça quando você tem um mundo de sombras, corretivos e vestidos bandage à sua frente contra um livrão de 900 páginas de dermato, isso dá.


(eu, a Camila do Garotas Estúpidas e a Nêga no Arena Fashion Show)

Hoje em dia, me considero mais glamurosa do que nunca. Bem, não vou também dizer que sou o primor de estilo e elegância, fala sério. Tenho 1,55m e 55 kg. Looonge de silhueta esbelta, longilínea e elegante! Mas eu sou outra menina. Não sou mais sapatão, gente!! Hahahaha! Aprendi a me vestir adequadamente, a usar biju sem parecer a Hebe Camargo, a me maquiar sem ares de Elke Maravilha, a escovar minha franja até pra atender ao telefone... e isso tudo, coisinhas que eu sempre quis aprender a fazer, eu aprendi fazendo medicina!! Só prova, mais uma vez, que obstáculo é aquilo que se vê quando se tiram os olhos do objetivo. Um professor de matemática me disse isso nas sofridas épocas de cursinho e eu nunca mais esqueci.


(essa aqui é pra provar que eu usava óculos redondinhos. Fofa, não? NÃÃÃO!!)

Sim, blogs de beleza são muito, muito legais. Mas estudar dermato é muito, muito mais importante!

Allons y!

sábado, 6 de novembro de 2010

Pra não deixar meu blog parar: post no shopping!

Pobre blog. Jogado às traças! Vou dar uma breve escritinha pra não dizer que eu sou do mal com ele. Vou descrever alguma coisa. É! Vou descrever meu passeio no shopping hoje. Do ponto de vista mais feminino possível! Lá vai!

Primeiro que saímos eu e mamis, devidamente abandonada pelo marido que a trocou pelos carros da F1, para almoçar no restaurante chinês morgado do amigo dela. E eis que, no meio do caminho, mudo de ideia (uma vez que EU era a motorista e tava com todo o poder naquela hora, muaAHAHAHA) e me dirijo a um self service badaladíssimo da cidade, não sem antes ouvir Verinha reclamar (pra variar) que está desarrumada, e depois ouvir a mesma dizer que não devia nada a ninguém e iria almoçar do jeito que estava mesmo (por sinal, tal qual uma favelada, mas eu sou do tipo de pessoa que acredita que estar na moda é pagar as próprias contas, então chinelo havaiano e shortinho surrado não me fazem medo algum). Prestes a chegar ao restaurante, mudo de ideia (indecisa, eu?!). Pensando nos óculos de ciclismo que eu queria comprar há dias (é, virei ciclista!), sugeri: "Mãe, vamos pro Iguatemi"? E ela, não sem antes reclamar, claro: "Vamos, minha filha". E eu só pensava nos meus oclinhos de lente amarela. Sentamos no restaurante depois de 30 minutos procurando uma vaga pro carro ("Estão dando alguma coisa aqui hoje, moço"?) e pedimos nossa comida. As duas esfomeadas, comemos tanto couvert que, na hora do almoço de verdade, nada de fome. Eram as duas bestonas empurrando com o dedo a comida goela abaixo, depois de ter se empanturrado de pão, patê e bolinho de peixe. Achei que meu estômago fosse explodir. Mas eu não ia ser doida de IXTRUIR um prato de lagosta, né? Comi, comi, só faltei lamber o prato!

Depois, nós, 10 kg mais gordas, fomos rolando até a Renner, mangando de todo mundo que passava e comentando a quantidade de pessoas dentro de cada loja que aparecia. Chegando lá, cada uma foi pra um lado. Como acontece comigo em loja de departamento sempre, peguei 10 peças para experimentar e 3 se salvaram. Ou eu sou muito mal feita ou as roupas vestem muito mal. Prefiro acreditar na 2a opção! Peguei também uma cuequinha pra agradar o namoradinho (te amo, gostoso!), experimentei uns batons da Payot e terminei num rosa seco LINDO e me diriji toda serelepe ao caixa. Eis que aparece a véia, que tinha sumido há meia hora, agarrada num BODY DE ONCINHA!! "Mãe, tu vai pra onde com esse maiô de oncinha, pelamorde Cristo"??? "Ô minha filha, isso não é pra sair passeando dentro de casa não, é pra usar debaixo da roupa". ANTES FOSSE PRA FICAR DENTRO DE CASA!!

Aí a véia diz: "Vamos ao BUticário, minha filha". "Ô mãe, não é com U não, é com O"! De praxe, antes de ir ao BUticário, ela ciscou dentro da Meia Sola (a babação das vendedoras é post à parte!), da Cholet e de outras cinco lojas ali. Sem falar nas encostadas de testa nas vitrines parecendo aqueles meninos pedindo moeda no sinal. E, durante todo esse tempo, desde o momento que pedimos a conta do restaurante, eu estava doida pra fazer o número 2. Imagine, leitor, o desespero da pessoa que vos fala. Aliás, da pessoa constipada que vos fala.

- Isabela, vamos ali olhar não sei o quê.

- Ai, mãe, tô doida pra c***r. (em volume baixo, claro)

- Ah, minha filha, você passa dias sem c***r, não vai ser por causa de uma horinha que você vai morrer não.

Eu gosto de mamis porque ela é compreensiva! Ainda bem que meus óculos, enfim, saíram. E ainda descobri que acompanham lentes amarelas, transparentes e espelhadas. Uma coisa bem SUrtida. Parece meu relógio Champion que troca de pulseira. Gosto tanto do bichinho!


Ao chegar em casa, claro que corri pro banheiro. Ô alívio! Mas é certo que a melhor parte foi o saldo: um clog, meus óculos, um batom, as roupinhas da Renner e a cuequinha branca linda do bofe. Como já dizia Coco Chanel: "A moda sai de moda; o estilo, jamais".


(estampa da sainha linda da Renner que eu arrematei)

À plus!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Aah Jeri!

Acho que metade da cidade sabe que eu passei o feriado em Jericoacoara. Eu tava tão desesperadamente empolgada pra sair da mesmice da província que saí falando pra todo mundo que ia viajar pra lá. Pois eu fui sábado e voltei ontem. E foi muito bom. Aliás, foi MARA! Engraçado que na primeira vez que eu fui pra lá eu ODIEI. Tinha 17 anos, fui com a família (blééé!) e um monte de casais, cada um com seu 4x4 (fizemos uma espécie de trilha light), ficamos numa pousada cheeeia de pererecas que, aliás, nem existe mais e ainda por cima tava enlouquecendo de dor de cotovelo. Tipo tinha terminado o namoro de 6 meses, o mais comprido que havia tido até então, dias antes de viajar. E lá eu sofri: juntou tudo isso e meu "amor" por praia, aí deu certo demais. NOT. Pelo menos voltei inteira. E preciso dizer que odiei o local? Nao curti.

Na segunda vez eu já fui munida de artifícios mais legais. Tinha 21 anos e fui com o então namorado e três amigas. Posso dizer que já simpatizei mais. Subimos na duna do por do sol, que eu ainda não conhecia, e fizemos altos passeios off road. Sem falar nas noites regadas a coquetelzinho. Curti. Só não gosto muito de ficar falando sobre essa época em especial porque não foi lá uma das melhores fases da minha vida. Quem me conhece sabe do que eu tô falando. Enfim, foi.

E aí veio a terceira vez: feriado da independência de 2009. Estudante de medicina já. Acompanhada de uma turmona de casais e do namorado mais lindo do mundo (te amo, gostoso!), todo mundo de carro 4x4. Aí teve trilha, que eu particularmente nem curto tanto (confesso que MORRO de medo), teve som alto, teve gente dançando na boquinha da garrafa, teve cerveja muita e, no final, ainda rolou um cai duro pra finalizar. Curti bastante!

Mas, esse ano, no feriado da independência de 2010, eu sei lá o que foi isso. Não sei se eu que tô velha, mas teve um gosto, digamos, diferente essa viagem. Teve gosto de descanso, de paz, de fuga da vida real. E olha que eu tô de férias. Nem tô tão atarefada assim, pra querer sair doida fugindo do mundo. Mas eu precisava ir. E, pela primeira vez, quis ficar lá mais tempo. Sei lá, fugindo do mundo. Morar ali, jamais! Aliás, nem sei como aquele povo todo consegue. Eu sou urbana, sou da cidade, e olha que a província aqui nem é tããão cidade quanto eu gostaria que fosse (Paris, je t'aime!).



(cambada reunida depois de passear de balsa)

Jeri, dessa vez, me encantou de um jeito que nunca havia encantado antes. Parece que eu me permiti me doar mais. Não sei explicar. Mas foi bom. Aai, foi ótimo, mesmo tendo brigado com o namorado por lá. Mas já estamos bem. Em Jeri não tem como não ficar bem.


(momento romantismo sob o olhar do sol poente)

E, aproveitando a deixa, QUE COMIDA DELICIOSA É AQUELA DE JERI?! Todo mundo sabe que eu amo comer, né? Família Brandão é tudo assim: bom de boca. A padaria que meu pai faz é 70 reais. Neném adooora comprar comida. E aqui todo mundo gordo. Odeio. Ah, mas eu tô de férias, de férias ninguém engorda nada. Em Jeri eu detonei. Destaque pro peixe no molho de camarão do Dona Amélia, pro crepe "da Cris" do Naturalmente, pro nosso strogonoff de camarão (e pra lasanha do Diego, pra picanha do Andrei e pro camarão com abobrinha da Ruana) do Bistrôgonoff, pra pizza do Leonardo da Vinci e pra todos os pães da "padaria que abre 2 horas da manhã". Dessa vez, eu não fui lá. Fiquei frustrada. Acabei dormindo demais e perdi a hora. Bem, mas é preciso se preparar psicologicamente, porque o que tem de gostoso naquela vilinha tem de caro. E, quando encontramos um lugar, digamos, barato, a comida era sem gracíssima. Nem vou dizer o nome do local porque eu acho falta de sacanagem. Mas pergunta depois que eu digo. =]

Na volta, ontem, eu e o bofe paramos pra almoçar em Flexeiras. Outra delícia!! Comemos moqueca de arraia, camarão e lagosta por 28,50, meu povo!! Até agora tô arrotando azeite de dendê. Aai delícia! Tudo bem que a gente tava verde de fome, desde 9 da manhã sem comer nada, e já eram 3 da tarde, mas tava bom mesmo. Lembro do limão que eu espremi na moqueca e dá água na boca. Por sinal, ultimamente meu apetite tá desesperado. Tenho vontade de comer tudo que eu vejo na frente. Até verdura. Tô ficando é doida.

Aah Jeri! VÁ PRA JERI!!! Agora!!! E taí o por do sol só pra não dizer que eu sou ruim:


À plus!


terça-feira, 31 de agosto de 2010

A questão

Até que ponto é bom nós sermos nós mesmos e darmos um cotoco aos incomodados? Vocês já tiveram a libertadora sensação de serem vocês mesmos, sem ligar a mínima pras consequências disso, e um belo dia, quando tudo parece caminhar super bem, alguém vem e diz pra você que isso não é nada legal e que só aceita ficar do seu lado se você mudar? Pois isso aconteceu comigo. Aliás, aconteceu várias vezes. A última foi hoje. Tô um caco. E pior que só vou ver a terapeuta daqui a 14 dias.

Mas o assunto principal hoje não é esse! O assunto principal é MEDICINA! Não, eu não fiquei 3 anos mofando na cadeira do cursinho do Ari de Sá à toa... pra tudo há uma razão! E, se eu havia odiado meus primeiros dois plantões no Frotão pela Liga do Trauma, eu simplesmente amei meu plantão do último domingo. Dei a "sorte" de os residentes estarem em greve, então estagiário estava sendo necessário até dizer chega. Mal chegamos, subimos pro centro cirúrgico: minha coleguinha ia auxiliar (sim, de capote e tudo) uma cervicotomia por perfuração por arma branca. Sim, o cabra havia levado uma facada no pescoço. E foi um stress só. Lá pros finalmentes dessa cirurgia, que eu estava assistindo só de esguelha, umas 8 da manhã, eu ainda meio grogue me recuperando do sono de 4 horas, põe a mão no meu ombro um cirurgião baixinho que eu nunca havia visto na vida: "Vamos auxiliar uma laparotomia comigo, doutora"? Na hora, me deu um desespero. Primeiro que achei que não ia haver hora pra terminar. Que ia ser tiro, facada, sangue, morte... e depois que tava com total abuso àquele hospital. Mas não. Mudou a minha concepção de estágio de emergência!

Era uma paciente de 28 anos com suspeita de gravidez ectópica. Leia-se hemorragia intra-abdominal e muita, muita dor. Lavei as mãos, vesti o capote, entrei na cirurgia, passei sonda vesical, auxiliei nos afastamentos e pinçamentos, afastei até o útero da paciente com as minhas mãos! É quente ali dentro!! Foi emocionante! E, no final, ouvi: "Já suturou pele, doutora?" "Já". "Pois termine aí". MEDAAAA!! Ele deu uns pontos, eu terminei. Claro que ficaram horrorosos comparados aos dele. Mas foi tão fácil. Revigorante. Eu precisava daquilo. E, aí, eu e minha coleguinha descemos pra emergência de alma lavada. Nos sentindo as médicas mais poderosas do mundo, mesmo com aquele cheiro de álcool iodado, xixi e sangue, tudo misturado.

Chegamos no hospital às 7 e meia da manhã e saímos de lá às 7 e 15 da noite. Péssimas, cansadas, descabeladas e mal cheirosas. Mas felizes! Missões cumpridas com louvor. Que venham os outros 27 plantões do nosso estágio!!

Casar com a medicina ou com um ser humano? Eis a questão.